quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Das coisas mais lindas que vi no Terra Madre...

Claiton Freitas conta o Terra Madre em verso:

Claiton na cerimônia de encerramento do Terra Madre

Deixamos nossa Bragança
às onze horas da manhã
trouxemos a esperança
despertada num divã
são três horas de viagem
só pensando no amanhã

Pegamos o avião
de Belém para Brasília
fiquei bastante chocado
com que de cima se via
matas sendo destruídas
pelo fogo que ardia

Será que o homem não vê
o mal que esse fogo faz
destrói a flora e a vida
de diversos animais
tomara que acorde logo
pra não ser tarde demais

Encontrar velhos amigos
de outros eventos tidos
falar de nossos anseios
foram temas preferidos
renasceram as esperanças
de ver sonhos resolvidos

No dia seguinte fomos
pra abertura do evento
Seu Bené entrevistado
já foi um grande momento
abrimos novos caminhos
pra nosso empreendimento

O Ministro do MDA
foi quem fez a abertura
o Presidente do Slow Food
também falou com bravura
no final as Encantadeiras
mostraram sua cultura

Terminada a abertura
nós fomos para o almoço
com o atraso ocorrido
virou um grande alvoroço
mas terminou tudo bem
pois tava tudo gostoso

Fomos para o hotel
pra descansar um pouquinho
pois na noite anterior
não dormimos direitinho
acordamos mais dispostos
pra enfrentar o caminho

No salão dos sabores
mostramos nosso produto
farinha dágua em paneiro
nossa estratégia deu fruto
todos queriam provar
e comprar a preço bruto

Vendemos alguns paneiros
e também artesanatos
tipitis, balaios e abanos
são os nossos artefatos
todos se admiravam
pra que servem os aparatos?

Quem provou nossa farinha
gostou muito do sabor
torrada, crocante, gostosa
elogiada com louvor
pois na sua qualidade
é que está o seu valor

Os encontros do Terra Madre
são uma questão dinâmica
na defesa desta terra
e da agricultura orgânica
se alimentar com prazer
nada de coisa mecânica

Fomos assistir ao filme
Seu Bené vai pra Itália
as experiências vividas
mostradas sem represália
todos se emocionaram
até perderam a fala

Assistimos às palestras
programadas pro encontro
temas diversos e ricos
discutidos ombro a ombro
relacionados à cultura
e alimento não pronto

Fizemos vários contatos
divulgando nossa terra
falamos da cultura
da beleza que se encerra
trocamos muitas idéias
aprendendo sem emperra

Na oficina do alimento
falamos da mandioca
da cultura e da importância
do alimento sem coca
na preservação da terra
pelo homem que se toca

A feira demonstrava
agricultura familiar
diversidade em produtos
prontos pra alimentar
conservando a beleza
e sabor bem singular

Vai encerrar o evento
vamos ficar com saudade
dos bons momentos vividos
e das boas amizades
tudo vai ficar marcado
com grande felicidade.

domingo, 28 de outubro de 2007

Horácio...




28 de outubro de 2007- Visita ao Sítio da Silvana

Bom o relato seguinte fala sobre o nosso grupo de jovens.
Esse é o segundo momento do nosso cronograma de oficinas. Nosso objetivo foi, mostrar como se estruturam hortas e sonhos de verdade. Bom só para relembrar, a proposta das nossas oficinas tem três eixos: organização de grupo(o primeiro),utilizando o método do Tevep. Esse método será aplicado vivencialmente através do planejamento de uma horta e minhocário (o segundo), e é claro a alimentação (terceiro), subentendida nos lanches e permeando as discussões.

Bom, então o nosso objetivo foi a motivação do grupo para as oficinas. Algo como mostrar que é possível, trabalhando com os sentidos com os sentidos, além de apresentar uma produção.

Nossas atividades começaram com antes de chegarmos lá no sítio propriamente dito. Chegamos no Clube de Reciclagem e de lá saímos para o sítio da Silvana com o pessoal.
Ao chegarmos lá, fomos recepcionados por ela, seu marido e sobrinho, além dos vários cães e gatinha.
Nos acomodamos numa área lá existente, sentamos, nos bancos, alguns em bancos feitos de pinos cortados recentemente e nos apresentamos primeiramente apenas por nome para nossa anfitriã. Ela foi contando um pouco a história do sítio, sua idealização e construção. Numa segunda etapa o grupo e a Anna contaram como começou a trajetória do grupo e eu acrescentei e idéia das oficinas que eu e a Manu propomos.
Nesse momento surgiram reflexões muito interessantes sobre a visão dos participantes sobre o próprio grupo, das sua motivações. Silvana complementou com um pouco mais da história do sítio e enquanto baixava o sol ela aproveitou para falar um pouco do roteiro da visita.
Distribui um pequeno roteiro de orientação para o registro do que seria observado posteriormente.
Começamos a visita e não cabe descrever toda, mas foi muito positiva na minha opinião. Tanto pela visita, por proporcionar que eles pudessem ver que a gente pode "nadar contra a maré" e dar certo, que existem possibilidades de causar pouco impacto e se manter no mundo, mas também pelo conhecimento do modo de produção dos alimentos. Pudemos observar diversas plantas alimentícia não convencionais, quase todas ruderais, que surgem expontaneamente e que são comestíveis. Apareceram alguns pássaros como um gavião e um maçarico que não conhecíamos.
O lanche contou com a cooperação de três voluntários que ajudaram a fazer o suco de morango, provamos refrigerante natural de picão preto, o bolo de morango feito pela Silvana, salgadinhos "dos sem-terra" que a Anna trouxe, pizza integral e bolo de chocolate do Pedro.
Depois começamos a falar como havia sido combinado no encontro anterior sobre os objetivos de vida e objetivos de estar dentro daquele grupo. Todos falaram, inclusive as "professoras" e a Silvana. E marcamos como era importante aquele espaço, dentro de tanto outros naquele momento poderíamos discutir e focar nossos objetivos. Também, muito importante, surgiu a questão da continuidade do grupo, levantado pela Gabi. Será que mesmo o Pedro a Anna, e talvez a própria gabi se mudando o grupo terá continuidade. Foram levantadas tanto as hipóteses de reuniões mais espaçadas mas de manter este grupo, como também de articular cada um outros grupos em outros espaços.
Foi um ótimo dia! Não teremos atividades no próximo final de semana mas seguiremos no dia 10.

sábado, 20 de outubro de 2007

Embelezando...



20 de outubro de 2007- Colhendo sonhos...

Foi o primeiro dia dos seis encontros propostos.
Tivemos a visita de Simone, uma colega futura nutricionista do IPA.
Bom, cronologicamente tudo começa com a espera, pela chegada de todos,aos poucos vão chegando Pedro, Dieguinho, a Gabi avisa que virá mais tarde, Larissa, que traz o amigo Édson, Cristel e Priscila.
A primeira tarefa foi desenhar algo que representasse "alimentação". Entregamos meiia folha para cada um, bem como um caderno artesanal e um lápis, que serão usados durante o curso. Em seguida no mesmo papel pedimos que escrevessem 3 palavras relacionadas ao mesmo tema. Concluídos os desenhos, não fizemos discussão, guardaremos este momento para o último encontro.
O segundo momento foi de explicar o cronograma, que no próximo encontro teremos uma saída de Campo, no sítio da Silvana. Combinamos o horário e fizemos os devidos encaminhamentos: bilhetes e posteriormente falar com os pais. Também explicamos a proposta destes encontros, que é trabalhar conceitos de alimentação, a construção da horta e a metodologia de organização para execução de tarefas, que foi trazida justamente pela demanda do grupo de aprender a se organizar
No terceiro momento começamos a falar sobre o TEvEP, a metodologia de organização proposta. Conversamos sobre os conceitos, montamos a flor dos 6 M's e a estrela CESAQ, que falam sobre os conceitos de organização, as ferramentas para planejar uma atividade. Fizemos uma pausa para o lanche, desse vez foi a Manuela que trouxe um pão semi integral com farinha de milho e erva doce. Acompanhado de suco de maracujá, que foi comprado concentrado na feira ecológica.A receita do pão foi distribuída a todos os interessados.
Para finalizar oferecemos caixas de papelão, e sementes. Foi pedido a eles que descrevessem as sementes em seus cadernos. Todos leram suas descrições e a Manuela fez uma pequena reflexão sobre a diferença das sementes, que são diversas assim como eles dentro do grupo e da riqueza que há nisso. Plantamos as sementes e nos encaminhamos para lavar as mãos, organizar a sala e ir conversar com uma mãe.
Avaliação geral do encontro? Acho que foi muito bom. Mesmo na parte da explicação da metodologia que poderia ser uma coisa maçante, e que temíamos, mas não, foram bem participativos, esbelecemos relações entre os conceitos e o processo de construção do Espiral de Ervas que foi construído no final do Curso de Jovens Líderes SócioAmbientais.
Mais atividades, no próximo diário de campo...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Terra Madre- das oficinas que participei...-Todos Somos consumidores

Bom, não quero deixar de escrever das oficinas que participei no Terra Madre.
Estou devendo inclusive a relatoria que tenho que mandar para a organização.

Então essa é sobre Somos Todos Consumidores

A oficina começou com a apresentação da nossa interlocutora que depois sugeriu a apresentação de todos os participantes.
Em seguida fizemos uma pequena dinâmica, todos em roda, pensamos no ciclo do alimento industrializado: de um lado as conseqüências pós consumo(da embalagems, poluição, enchente...
continuo em breve

Planejamentos

Estamos fazendo pequenos encontros para planejar as oficinas que propusemos no encontro anterior. Hoje, haverá mais uma reunião, com a Anna também, vamos acertar os detalhes das atividades. A feliz notícia é que estão abertas portas para o que antes era uma possibilidade: fazer uma vivência num sítio produtor de orgânicos aqui da região.
Conforme as atividades vão sendo desenvolvidas estaremos descrevendo-as aqui.

Sábado 29 de setembro de 2007


Nesta data apresentamos um trecho de um DVD da Mafalda e um vídeo da música de um grupo de rap sobre a educação inclusora.
A idéia era suscitar a visão crítica das coisas que ocorrem no mundo, mexer com estrutura para possibilitar que surja vontade de mudar.

Fizemos uma dinâmica que consistia em entrevistar um ao outro, como se fosse num telejornal. O objetivo era integrar, reforçar através do conhecimento mútuo os laços do grupo, e me arrisco a dizer que o resultado foi positivo.
Apresentamos a idéia das oficinas, que foram aceitas sem muitas exclamações.
Foi reforçado a necessidade de comprometimento do grupo com horários.
Sucintamente foi o que ocorreu, deixei muito tempo passar e por isso só lembro dos fatos concretos, lembro pouco das entrelinhas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mais Terra Madre

Bom é óbvio que vou escrever ainda muito sobre o terra madre, ou Terra Mãe como uma participante, a Nereide afirmou.

Só queria registrar a frase que consta na minha camiseta do movimentos slow food:

"Comer é um ato agrário"

E não é?
O fator consumo é o que pode impulsionar um modelo produtivo ou outro (produção de monoculturas em latifúndios, no método tradicional OU agricultura familiar diversificada e muitas vezes ecológica)

E pode imaginar o que significa uma e outra? Eu não posso dizer todas as respostas, mas sabemos que a alternativa de produzir do primeiro modo, beneficia a poucos, gera muito desperdício de alimento além de uma qualidade reduzida desses alimentos.
Isso diz respeito a segurança alimentar. A medida que poucos se beneficiam aumenta a desigualdade na distribuição de renda, e daí o alimento não chega a todo mundo, fora a dependência do próprio produtor que se perder toda sua produção de soja, como produz uma monocultura terá perdido realmente tudo, e não terá o que comer. e tem outra, com pouca gente trabalhando na terra aumenta-se o desemprego e o inchaço populacional nas cidades, aumentam os problemas sociais...
Que responsabilidade né, só na escolha do lanchinho da tarde! Mas imagina, que poder que temos nas mãos, ou melhor na boca, de através de simples escolhas melhorar as condições, a situação de muitas pessoas e ajudar a inverter esse paradigma de produção doente(agora eu fui forte eu sei, mas como não ter força naquilo que realmente acreditamos?)

Ateh

domingo, 7 de outubro de 2007

Terra Madre, Brasília e outras coisas


Estou devendo escrever sobre Brasília e o Terra Madre...
Nem sei se vou chegar a escrever tudo que realmente quero escrever a esse respeito.
Mas consta que hoje já é o encerramento e amanhã começa a jornada de volta a cidade natal.
Gostei muito da experiência, ríquissima troca de conhecimentos entre gtentes de todo Brasil.
Não sou cega de não fazer minhas críticas ao evento, mas afirmo que tudo que foi fiel a proposta do slow food foi maravilhoso!