domingo, 9 de dezembro de 2007

08 de dezembro de 2007- Mudanças de planos...

Esse encontro tinha como objetivo construir a horta.

Chegamos todos, a terra que poderia não ter chegado chegou, conseguimos os tocos de madeira para o entorno na horta, os quatro do encontro anterior estavam, tínhamos a ferramentas, mas já nas primeiras "capinadas' vimos um aspecto que tinha sido esquecido no planejamento: solo cheio, muito cheio de entulho, pedras e mais pedras.

Alternativa: fazer na UBS.
Tudo bem a não ser por que teríamos de carregar terra e pelo aviso do Diego e do Pedro de que teriam aula(isso era sábado) e prova de recuperação.
Com o time desfalcado sentamos para conversar e reavaliar a possibilidade de fazer a horta naquele dia.

Não era impossível, mas muito difícil. Ficou combinado para quarta, mais cedo, 7:30, para evitar o sol que no momento da conversa já estava insuportável.

Anna e Gabi foram até a escola e conversaram com os meninos que concordaram com a proposta do grupo.

Ficou um alerta sobre o real interesse em construir a horta. Pensamos em mais uma reavaliação de objetivos e pensar no futuro do grupo.

05 de dezembro de 2007- Breve passagem sobre a conversa com o pessoal da biblioteca...

Bom,neste dia fomos para resolver a questão do espaço e da terra.
A parte da terra foi completamente frustrada a princípio, não achamos o carroceiro que nos traria terra. Ficamos apenas na esperança que seu Zé, marido da Evinha da cooperativa encontrasse alguém que trouxesse a terra para nós. E deu certo! (descobrimos no sábado.

Da nossa conversa...
Nosso contato na biblioteca era o Jocimar, ou Jocí. Ele é jovem líder por um projeto do Murialdo, sendo responsável pela parte ambiental do projeto, que inclui outros eixos como cultura e educação.
Ele nos contou sobre o projeto de fazer uma pequena horta no espaço da biblioteca, mas tendo em vista o projeto pronto entre outras questões não poderíamos estar participando agora. Nossa horta seria feita no espaço da Cooperativa e nós poderíamos, em regime de parceria ajudar na construção do espaço deles. Esse vínculo, bem como seu fortalecimento acredito será muito importante como rede de apoio para o nosso grupo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

02 de dezembro de 2007- Minhocas...

Este encontro visava planejar a construção da horta e construir o minhocário.
É estranho falar isso, estamos saindo um pouco do cronograma, atrasos. Mas foi por um bom motivo, no final de semana anterior teve uma feira que reuniu os diversos trabalhos que tem sido feitos no morro. Daí foram feitos alguns contatos que acredito serão bem importantes.

Mas começamos com complicações, sem a chave do nosso local de encontro tivemos que fazer uma transferência de local, após algumas tentativas de achar a chave entre as membros da cooperativa da mulheres.

Escolhemos uma sombra de árvore perto da UBS de referência.
Manu então, com os materiais no chão sugeriu que o pessoal procedesse como o combinado. Aos poucos, com algumas resistências (Eca, minhoca! Eu não mexer nisso), com algumas negociações (então tu bota a cerragem!) e uns puxões de orelha do próprio grupo ( Bah, vamo lá traz isso ou aquilo! Deixa de frescura e vem participar!) O minhocário ficou pronto, sob a tutela do nosso colega Pedro.

Daí sentamos para planejar a horta. Através do Tevep vimos materiais, mão de obra, tempo, e para o espaço ficamos de na quarta feira ir conversar com o pessoal da Biblioteca Ilê Ará que talvez disponibilizasse um espaço. Se não construríamos no terreno da Cooperativa.

Terminamos cedo.

Importante ressaltar que nesse encontro vieram 4 pessoas. Todos o que ao meu ver se vêem como grupo: Gabi, Pedro, Diego e Dieguinho.
Essa é a porção do grupo inicial que realmente se vê como grupo e participa como tal.

Show do Vitor ramil 06/12/2007- uma música

(Nenhuma identificação, mas a beleza dela só descreve a própria música)

Vitor Ramil - Deixando O Pago
Vitor Ramil - João Da Cunha Vargas

Alcei a perna no pingo
E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão

E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china

Sempre gostei da morena
É a minha cor predileta
Da carreira em cancha reta
Dum truco numa carona
Dum churrasco de mamona
Na sombra do arvoredo
Onde se oculta o segredo
Num teclado de cordeona

Cruzo a última cancela (52" - 103 KB)
Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera

Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
Ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada



O pingo tranqueava largo
Na direção de um bolicho
Onde se ouvia o cochicho
De uma cordeona acordada
Era linda a madrugada
A estrela d'alva saía
No rastro das três marias
Na volta grande da estrada

Era um baile - um casamento
Quem sabe algum batizado
Eu não era convidado
Mas tava ali de cruzada
Bolicho em beira de estrada
Sempre tem um índio vago
Cachaça pra tomar um trago
Carpeta pra uma carteada

Falam muito no destino
Até nem sei se acredito
Eu fui criado solito
Mas sempre bem prevenido
Índio do queixo torcido
Que se amansou na experiência
Eu vou voltar pra querência
Lugar onde fui parido

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Uma A-Conclusão



Antes de tudo: não aceito concluir nada pois meu processo de aprendizagem sobre educação alimentar e sobre a ampla temática da educação não pode ser concluído. Sob o preço de eu estagnar o meu aprendizado no estado imaturo que ainda está.
Conclusão no sentido de finalização é claro.

Mas no sentido de "o que eu aprendi", ou melhor de que forma minha percepção sobre os temas abordados mudou e se tornou diferente do que seria se eu não tivesse vivido as coisas que vivi ligadas direta ou indiretamente a disciplina: daí eu tenho algumas considerações.

Primeiramente digo que por vários motivos a educação sempre me pareceu desafiadora. E estar na disciplina forçou-me a começar a quebrar as barreiras deste desafio para que ele se colocasse na dimensão concreta de ação. Isso não é fácil. Ao menos pra mim porque implica em uma relação, não depende só de mim o desenvolvimento positivo ou dentro das expectativas, que leve a objetivo idealizado. Não é como misturar dois reagente ou fazer uma conta matemática. Se lida com pessoas e cada dia me convenço da complexidade de tudo isso.

Segundo, algumas coisas que pareciam óbvia e implícitas num processo educativo para mim foram objeto de algumas análises racionais. Pensar os OBJETIVOS de uma intervenção parece muito óbvio, mas uma das coisas que me dei conta foi que ele deve ser pensado em todas as suas minúcias e com um cuidado de ser periodicamente revisado. Prova disso foi nos questionarmos mesmo sobre o que é alimentação saudável.Afinal, o que queremos passar,será que sabemos mesmo qual é o nosso objetivo? Será que sabemos o que queremos como educadores, será que queremos "ensinar" alimentação saudável? Se mesmo para nós os parâmetros mudam?

Terceiro posso dizer que aprendi, e nas últimas apresentações de trabalhos tive alguns reforços para teoria de que alimentação saudável pode não ser o objeto principal de ensino. Ela pode ser trabalhada paralelamente a outros conteúdos, que muitas vezes serão as demandas da nossa população, muito mais que falar sobre o alimento em si. O alimento pode ser trazido num lanche, numa conversa durante o trabalho que tem em si um tema que motive os educandos. E talvez isso venha de encontro a amenizar tantas frustrações quando não se percebe o interesse em falar sobre alimentação. Talvez realmente não exista interesse, mesmo que claramente exista a necessidade. Mas o assunto da alimentação pode ser discutido paralelamente a outros e por isso mais fácil de relacionar com a realidade de cada um.

Bom, fazendo a minha auto-avaliação, sobre a minha posição enquanto educanda. Acho que atingi as metas essenciais. Com certeza gostaria de ter dado mais de mim e aproveitado mais. Mas a semente dos questionamentos ficou, e se antes eu me enamorava distantemente do tema da educação, ela olhando de lá e eu de cá, agora posso dizer que já criei coragem de me aproximar dela, de ler sobre o assunto, de pesquisar. Deixar o platonismo de achar importante mas não procurar, para trocar mais que olhares e começar um romance de verdade.
Bom, questionamentos que ficaram foram todos, sinto que o papel da disciplina para mim foi principalmente quebrar barreiras. Sobre educação ainda não sei quase nada, mas a experiência prática me foi muito válida, muito mesmo, aprendo a cada novo encontro, a partir das minhas reflexões, das colocações dos jovens.
Faltam as sugestões. Eu não sei bem o que sugerir, mas acredito que deveríamos ter mais tempo. Isso porque o assunto é muito amplo e sua exploração é essencial. Isso porque enquanto nutricionistas, a não ser que o nosso paciente use sonda e esteja hospitalizado, basicamente teremos que nos utilizar de ferramentas educativas para que nosso plano alimentar seja cumprido. Tanto em nível de grupo, como foi a abordagem da maioria das colegas, em escolas ou outras instituições, quanto em nível ambulatorial ainda temos pouco espaço para trabalhar a questão da abordagem. Dessa forma, podemos nos formar com um ótimo nível técnico, mas limitadas quando temos de levar esse conhecimento para a prática.
Educação nutricional atendeu todas as minhas expectativas, dentro das possibilidades. O ideal seria mais tempo.
Acredito que as dinâmicas iniciais deveriam continuar também.
It's All Folks

Bibliografia

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Das coisas mais lindas que vi no Terra Madre...

Claiton Freitas conta o Terra Madre em verso:

Claiton na cerimônia de encerramento do Terra Madre

Deixamos nossa Bragança
às onze horas da manhã
trouxemos a esperança
despertada num divã
são três horas de viagem
só pensando no amanhã

Pegamos o avião
de Belém para Brasília
fiquei bastante chocado
com que de cima se via
matas sendo destruídas
pelo fogo que ardia

Será que o homem não vê
o mal que esse fogo faz
destrói a flora e a vida
de diversos animais
tomara que acorde logo
pra não ser tarde demais

Encontrar velhos amigos
de outros eventos tidos
falar de nossos anseios
foram temas preferidos
renasceram as esperanças
de ver sonhos resolvidos

No dia seguinte fomos
pra abertura do evento
Seu Bené entrevistado
já foi um grande momento
abrimos novos caminhos
pra nosso empreendimento

O Ministro do MDA
foi quem fez a abertura
o Presidente do Slow Food
também falou com bravura
no final as Encantadeiras
mostraram sua cultura

Terminada a abertura
nós fomos para o almoço
com o atraso ocorrido
virou um grande alvoroço
mas terminou tudo bem
pois tava tudo gostoso

Fomos para o hotel
pra descansar um pouquinho
pois na noite anterior
não dormimos direitinho
acordamos mais dispostos
pra enfrentar o caminho

No salão dos sabores
mostramos nosso produto
farinha dágua em paneiro
nossa estratégia deu fruto
todos queriam provar
e comprar a preço bruto

Vendemos alguns paneiros
e também artesanatos
tipitis, balaios e abanos
são os nossos artefatos
todos se admiravam
pra que servem os aparatos?

Quem provou nossa farinha
gostou muito do sabor
torrada, crocante, gostosa
elogiada com louvor
pois na sua qualidade
é que está o seu valor

Os encontros do Terra Madre
são uma questão dinâmica
na defesa desta terra
e da agricultura orgânica
se alimentar com prazer
nada de coisa mecânica

Fomos assistir ao filme
Seu Bené vai pra Itália
as experiências vividas
mostradas sem represália
todos se emocionaram
até perderam a fala

Assistimos às palestras
programadas pro encontro
temas diversos e ricos
discutidos ombro a ombro
relacionados à cultura
e alimento não pronto

Fizemos vários contatos
divulgando nossa terra
falamos da cultura
da beleza que se encerra
trocamos muitas idéias
aprendendo sem emperra

Na oficina do alimento
falamos da mandioca
da cultura e da importância
do alimento sem coca
na preservação da terra
pelo homem que se toca

A feira demonstrava
agricultura familiar
diversidade em produtos
prontos pra alimentar
conservando a beleza
e sabor bem singular

Vai encerrar o evento
vamos ficar com saudade
dos bons momentos vividos
e das boas amizades
tudo vai ficar marcado
com grande felicidade.

domingo, 28 de outubro de 2007

Horácio...




28 de outubro de 2007- Visita ao Sítio da Silvana

Bom o relato seguinte fala sobre o nosso grupo de jovens.
Esse é o segundo momento do nosso cronograma de oficinas. Nosso objetivo foi, mostrar como se estruturam hortas e sonhos de verdade. Bom só para relembrar, a proposta das nossas oficinas tem três eixos: organização de grupo(o primeiro),utilizando o método do Tevep. Esse método será aplicado vivencialmente através do planejamento de uma horta e minhocário (o segundo), e é claro a alimentação (terceiro), subentendida nos lanches e permeando as discussões.

Bom, então o nosso objetivo foi a motivação do grupo para as oficinas. Algo como mostrar que é possível, trabalhando com os sentidos com os sentidos, além de apresentar uma produção.

Nossas atividades começaram com antes de chegarmos lá no sítio propriamente dito. Chegamos no Clube de Reciclagem e de lá saímos para o sítio da Silvana com o pessoal.
Ao chegarmos lá, fomos recepcionados por ela, seu marido e sobrinho, além dos vários cães e gatinha.
Nos acomodamos numa área lá existente, sentamos, nos bancos, alguns em bancos feitos de pinos cortados recentemente e nos apresentamos primeiramente apenas por nome para nossa anfitriã. Ela foi contando um pouco a história do sítio, sua idealização e construção. Numa segunda etapa o grupo e a Anna contaram como começou a trajetória do grupo e eu acrescentei e idéia das oficinas que eu e a Manu propomos.
Nesse momento surgiram reflexões muito interessantes sobre a visão dos participantes sobre o próprio grupo, das sua motivações. Silvana complementou com um pouco mais da história do sítio e enquanto baixava o sol ela aproveitou para falar um pouco do roteiro da visita.
Distribui um pequeno roteiro de orientação para o registro do que seria observado posteriormente.
Começamos a visita e não cabe descrever toda, mas foi muito positiva na minha opinião. Tanto pela visita, por proporcionar que eles pudessem ver que a gente pode "nadar contra a maré" e dar certo, que existem possibilidades de causar pouco impacto e se manter no mundo, mas também pelo conhecimento do modo de produção dos alimentos. Pudemos observar diversas plantas alimentícia não convencionais, quase todas ruderais, que surgem expontaneamente e que são comestíveis. Apareceram alguns pássaros como um gavião e um maçarico que não conhecíamos.
O lanche contou com a cooperação de três voluntários que ajudaram a fazer o suco de morango, provamos refrigerante natural de picão preto, o bolo de morango feito pela Silvana, salgadinhos "dos sem-terra" que a Anna trouxe, pizza integral e bolo de chocolate do Pedro.
Depois começamos a falar como havia sido combinado no encontro anterior sobre os objetivos de vida e objetivos de estar dentro daquele grupo. Todos falaram, inclusive as "professoras" e a Silvana. E marcamos como era importante aquele espaço, dentro de tanto outros naquele momento poderíamos discutir e focar nossos objetivos. Também, muito importante, surgiu a questão da continuidade do grupo, levantado pela Gabi. Será que mesmo o Pedro a Anna, e talvez a própria gabi se mudando o grupo terá continuidade. Foram levantadas tanto as hipóteses de reuniões mais espaçadas mas de manter este grupo, como também de articular cada um outros grupos em outros espaços.
Foi um ótimo dia! Não teremos atividades no próximo final de semana mas seguiremos no dia 10.

sábado, 20 de outubro de 2007

Embelezando...



20 de outubro de 2007- Colhendo sonhos...

Foi o primeiro dia dos seis encontros propostos.
Tivemos a visita de Simone, uma colega futura nutricionista do IPA.
Bom, cronologicamente tudo começa com a espera, pela chegada de todos,aos poucos vão chegando Pedro, Dieguinho, a Gabi avisa que virá mais tarde, Larissa, que traz o amigo Édson, Cristel e Priscila.
A primeira tarefa foi desenhar algo que representasse "alimentação". Entregamos meiia folha para cada um, bem como um caderno artesanal e um lápis, que serão usados durante o curso. Em seguida no mesmo papel pedimos que escrevessem 3 palavras relacionadas ao mesmo tema. Concluídos os desenhos, não fizemos discussão, guardaremos este momento para o último encontro.
O segundo momento foi de explicar o cronograma, que no próximo encontro teremos uma saída de Campo, no sítio da Silvana. Combinamos o horário e fizemos os devidos encaminhamentos: bilhetes e posteriormente falar com os pais. Também explicamos a proposta destes encontros, que é trabalhar conceitos de alimentação, a construção da horta e a metodologia de organização para execução de tarefas, que foi trazida justamente pela demanda do grupo de aprender a se organizar
No terceiro momento começamos a falar sobre o TEvEP, a metodologia de organização proposta. Conversamos sobre os conceitos, montamos a flor dos 6 M's e a estrela CESAQ, que falam sobre os conceitos de organização, as ferramentas para planejar uma atividade. Fizemos uma pausa para o lanche, desse vez foi a Manuela que trouxe um pão semi integral com farinha de milho e erva doce. Acompanhado de suco de maracujá, que foi comprado concentrado na feira ecológica.A receita do pão foi distribuída a todos os interessados.
Para finalizar oferecemos caixas de papelão, e sementes. Foi pedido a eles que descrevessem as sementes em seus cadernos. Todos leram suas descrições e a Manuela fez uma pequena reflexão sobre a diferença das sementes, que são diversas assim como eles dentro do grupo e da riqueza que há nisso. Plantamos as sementes e nos encaminhamos para lavar as mãos, organizar a sala e ir conversar com uma mãe.
Avaliação geral do encontro? Acho que foi muito bom. Mesmo na parte da explicação da metodologia que poderia ser uma coisa maçante, e que temíamos, mas não, foram bem participativos, esbelecemos relações entre os conceitos e o processo de construção do Espiral de Ervas que foi construído no final do Curso de Jovens Líderes SócioAmbientais.
Mais atividades, no próximo diário de campo...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Terra Madre- das oficinas que participei...-Todos Somos consumidores

Bom, não quero deixar de escrever das oficinas que participei no Terra Madre.
Estou devendo inclusive a relatoria que tenho que mandar para a organização.

Então essa é sobre Somos Todos Consumidores

A oficina começou com a apresentação da nossa interlocutora que depois sugeriu a apresentação de todos os participantes.
Em seguida fizemos uma pequena dinâmica, todos em roda, pensamos no ciclo do alimento industrializado: de um lado as conseqüências pós consumo(da embalagems, poluição, enchente...
continuo em breve

Planejamentos

Estamos fazendo pequenos encontros para planejar as oficinas que propusemos no encontro anterior. Hoje, haverá mais uma reunião, com a Anna também, vamos acertar os detalhes das atividades. A feliz notícia é que estão abertas portas para o que antes era uma possibilidade: fazer uma vivência num sítio produtor de orgânicos aqui da região.
Conforme as atividades vão sendo desenvolvidas estaremos descrevendo-as aqui.

Sábado 29 de setembro de 2007


Nesta data apresentamos um trecho de um DVD da Mafalda e um vídeo da música de um grupo de rap sobre a educação inclusora.
A idéia era suscitar a visão crítica das coisas que ocorrem no mundo, mexer com estrutura para possibilitar que surja vontade de mudar.

Fizemos uma dinâmica que consistia em entrevistar um ao outro, como se fosse num telejornal. O objetivo era integrar, reforçar através do conhecimento mútuo os laços do grupo, e me arrisco a dizer que o resultado foi positivo.
Apresentamos a idéia das oficinas, que foram aceitas sem muitas exclamações.
Foi reforçado a necessidade de comprometimento do grupo com horários.
Sucintamente foi o que ocorreu, deixei muito tempo passar e por isso só lembro dos fatos concretos, lembro pouco das entrelinhas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Mais Terra Madre

Bom é óbvio que vou escrever ainda muito sobre o terra madre, ou Terra Mãe como uma participante, a Nereide afirmou.

Só queria registrar a frase que consta na minha camiseta do movimentos slow food:

"Comer é um ato agrário"

E não é?
O fator consumo é o que pode impulsionar um modelo produtivo ou outro (produção de monoculturas em latifúndios, no método tradicional OU agricultura familiar diversificada e muitas vezes ecológica)

E pode imaginar o que significa uma e outra? Eu não posso dizer todas as respostas, mas sabemos que a alternativa de produzir do primeiro modo, beneficia a poucos, gera muito desperdício de alimento além de uma qualidade reduzida desses alimentos.
Isso diz respeito a segurança alimentar. A medida que poucos se beneficiam aumenta a desigualdade na distribuição de renda, e daí o alimento não chega a todo mundo, fora a dependência do próprio produtor que se perder toda sua produção de soja, como produz uma monocultura terá perdido realmente tudo, e não terá o que comer. e tem outra, com pouca gente trabalhando na terra aumenta-se o desemprego e o inchaço populacional nas cidades, aumentam os problemas sociais...
Que responsabilidade né, só na escolha do lanchinho da tarde! Mas imagina, que poder que temos nas mãos, ou melhor na boca, de através de simples escolhas melhorar as condições, a situação de muitas pessoas e ajudar a inverter esse paradigma de produção doente(agora eu fui forte eu sei, mas como não ter força naquilo que realmente acreditamos?)

Ateh

domingo, 7 de outubro de 2007

Terra Madre, Brasília e outras coisas


Estou devendo escrever sobre Brasília e o Terra Madre...
Nem sei se vou chegar a escrever tudo que realmente quero escrever a esse respeito.
Mas consta que hoje já é o encerramento e amanhã começa a jornada de volta a cidade natal.
Gostei muito da experiência, ríquissima troca de conhecimentos entre gtentes de todo Brasil.
Não sou cega de não fazer minhas críticas ao evento, mas afirmo que tudo que foi fiel a proposta do slow food foi maravilhoso!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Sábado dia 22 de setembro 2007

Choveu torrencialmente em Porto Alegre, atividade cancelada.
Na segunda havia a atividade de plantação de mudas, como vossa anfitriã estava podre(não de preguiça mas de cansaço de ter passado o final de semana madrugando estudando) não consegui ir.
Planos, na quinta eu e Manu discutiremos as atividades. Até lá levantar idéias, baseadas já nas boas idéias da Manu: Jardim comestível, horta de vitaminas e atividades envolvendo a idéia de permacultura.
Não sei se pode se associar, mas o jardim comestível e a permacultura podia andar junto, mas até lá o neurônios tem que funcionar a respeito das atividades que vamos desenvolver.
Ateh

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O que eu estou aprendendo?

A pensar em educação, por que, na minha humilde opinião, não se aprende formas de enfiar coisas na cabeça das pessoas, isso ainda não foi inventado.
Tah, mas sim, a gente pode pensar, o que eu aprendi? Mesmo assim parece que no final fica pouca coisa. A partir disso tem 2 coisas que eu me pergunto:

1- Quanto tempo isso vai ficar lá na minha cabeça? Olha pelo o que eu vejo das disciplinas o conteúdo em si(o nome das enzimas de bioquímica, dos neurotransmissores de fisio e das etapas de formação de trombos, com todos os detalhes de patologia geral), fica muito pouco tempo. Na verdade quando quisermos saber timtim por timtim, aquilo que a gente viu vira apenas uma caminha fofa pra quando precisemos daquele conhecimentos vamos aos livros e o convidamos para se hospedar na nossa cabeça, naquela cama quentinha que armamos.

2-As vezes a gente aprende coisas, o que é diferente de aprender a pensar diferente, que eu acredito ser a proposta da disciplina. Aprender a pensar coisas sobre educação, aprender pelo menos algo do que muitas gente legal propôs para PENSARMOS educação.

Tá, mas caímos num problema, e se não quisermos? E se a gente não está disposto realmente a se dedicar, a entrar na proposta, se a gente quer outra coisa que não trabalhe educação? Bom daí é difícil, acho que o caminho da educação é bem desafiante, exige muita dedicação, a ver pelas pedagogas, pergunte a elas, a uma recém formada que passou 4 anos falando de educação, pergunte a ela se ela sabe tudo. Depois dela arregalar os olhos talvez ela ria, e lhe responda com paciência que não sabe tudo. Então, que pretensão posso ter em esperar sair educadora dessa disciplina de quatro créditos?

Bom, ainda acredito que despertar o pensamento já um ótimo começo! E acho que nesse sentido estou alcançando minimamente os objetivos.

Final de Semana


Esta charge do Ronaldo foi feita originalmente para o Charge On line


Esta charge do Iotti foi feita originalmente para o Zero Hora

sábado, 22 de setembro de 2007

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Mafalda!

Entrem no Blog Clube da Mafalda!!!

Seminário de Memórias Camponesas ERRATA

Bom. este tópico é para complementar o tópico sobre o Evento de Memória camponesa.
Além de eu não estar inspirada pra escrever, e acho que ficou esquisito e sem sentido, acho que a minha grande "descoberta" de que sim temos que pensar em alimentação ligada a sua produção, que temos que conhecer o que é a agropecuária e o que acontece nela.
Bah!(em boa gauchês)
Grande lhufas de descoberta. Eu achava sim isso muito importante, mas talvez eu tenha achado uma grande descoberta porque afinal da minha "formação", na graduação em Nutrição pouco se fala. Se fala em cadeiras eletivas como estudo dos alimentos, se fala fora do conteúdo programático na disciplina de higiene.
A gente pensa que estudando bem só o que devemos aprender obrigatoriamente aquilo que está na grade curricular, sairemos "bem". Nossa, pensando nessa parte da produção de alimentos, a gente ainda ignora.
Eu me dei conta disso quando peguei uma revista da FAO, e achei muito legal:
Food, Nutrition and Agriculture. Nossa que interessante, os três temas diretamente relacionados, pensei eu. Aliás a última fala sobre alimentação do escolar.
Ãh! Que novidade!
FAO= Food and Agriculture Organization
Por que será que ainda não é óbvio pensar em alimentação saudável sem pensar na forma como os alimentos são produzidos, sem pensar no que implica a forma com que são produzidos, sem pensar em que todas que doenças (individuais e sociais) as transformações nas formas de produção dos alimentos têm gerado?
Bom, pelo menos é óbvio pensar que esses aspectos merecem nossa consideração e que afinal eu não estava tão fora de contexto no
Sobre o projeto de resgate dessas memórias que eu não falei antes:

Projeto Memória Camponesa
O Projeto Memória Camponesa partiu de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Núcleo de Antropologia de Política do Museu Nacional da UFRJ (Nuap/UFRJ), Centro de Memória do Trabalhador Rural do Rio de Janeiro, Faculdade de Administração e Finanças, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (PPCIS/UERJ) e Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ).


Bom, a idéia é que esse patrimônio imaterial, que são as histórias, muitas sem registros, principalmente as anteriores a 1962, sejam resgatadas, bem como possíveis registros que os informantes chaves tem. O material está todo sendo arrumado, em vídeo, áudio e concentrado na Biblioteca Nacional.
Sinteticamente é isso!

Olhar tb!!!
http://cageaunilasalle.blogspot.com/2007/09/seminrio-estadual-memrias-camponesas.html

Tarefa: construção de um programa educação alimentar.

Esquema de Planejamento

No dia 21 de agosto de 2007, durante o período de aula foi iniciado um trabalho

Fase um: Concepção

· Identificação dos problemas nutricionais

Qual é o problema? Problemas nutricionais na gestação e baixo índice de aleitamento materno. Como se manifesta? Qual é a população afetada? Gestantes e crianças até um ano.

Constituição de equipe multidisciplinar para avaliar a situação, inclusive com mulheres representantes de clubes de mães ou afins(campanha conjunta de saúde). Trabalho voltado para gestantes de primeiro trimestre. Levantamento de informações a partir dos prontuários e dos agentes de saúde(através de questionário semi-estruturado). Peso e altura para classificação de desnutrição/sobrepeso/obesidade. Verificação de glicose e pressão arterial, (diabetes gestacional e hipertensão arterial). Idade. Número de consultas realizadas. Histórico de consumo de cigarro, álcool e outras drogas. Conhecimentos que têm sobre cuidado na gestação e aleitamento materno. Número de filhos. Anemia e se está sendo suplementada. Esses dados serão avaliados na consulta pré-natal através de questionário semi-estruturado padronizado para todo município. Averiguar junto as equipes de saúde quais são as orientações pra as gestantes (questionário semi-estruturado para profissionais de saúde)

· Determinação das Causas

Maus hábitos alimentares, alto consumo de alimentos industrializados ricos em sódio e açúcar. Falta de informação. Crenças (como comer por dois, a mãe deve consumir determinados alimentos para ter mais leite etc). Consumo não-crítico, onde não é pensado as conseqüências do consumo. Orientações errôneas ou contraditórias entre profissionais de saúde. Consumo de cigarro, álcool e outras drogas. Mídia(propaganda de suplementos, vontade de não ganhar peso associada a modelo de beleza). Avaliar processo de produção, conservação, distribuição, acesso e consumo de alimentos e produtos associados(no caso mamadeiras, chupetas, fórmula infantis – verificar a aplicação da legislação)

CADEIA DE CAUSALIDADE

· Diagnóstico educativo: eleição de fatores oportunos a se atuarno grupo interdsciplinar baseado em critérios de aceitabilidade, eficácia presumida, custo e outros.

· População: Campanha voltada para gestantes de primeiro trimestre. Trabalho intensivo nas 5 UBS (das 11 totais) que concentrem maior número de gestantes. Trabalho com gestantes adolescentes. Consenso na orientação dos profissionais de saúde.

Metodologia:

Buscar dados de prontuário para selecionar as gestantes até o 2º trimestre de gestação

Dados de prontuário a serem recolhidos:

  • peso/estatura
  • ganho de peso na gestação
  • peso usual antes da gestação
  • anemia/toma suplemento??
  • exames laboratoriais
  • estado civil
  • idade gestacional
  • nº filhos
  • comorbidades
  • data última gestação
  • frequência pré-natal

Após analisar os dados,as gestantes dos 5 postos serão estratificadas em 4 grupos para orientação nutricional

  1. gestantes com baixo peso (IMC<>
  2. gestantes eutróficas ( IMC >=18,5 e <25kg/m2)
  3. gestantes com excesso de peso (IMC>=25kg/m2)
  4. gestantes adolescentes ( com 18 anos ou menos)

Para cada grupo será realizada uma orientação nutricional específica.

Os agentes e profissionais de saúde receberão capacitação mensal.

Os temas a serem abordados:

  • Anemia na gestação e suplementação
  • Diabetes gestacional
  • Ganho de peso ideal na gestação
  • Aleitamento materno
  • Alimentação na gestação

Fase dois: Formulação

· Estabelecimento de objetivos

Diminuir ocorrência de problemas nutricionais na gestação (sobrepeso, obesidade, desnutrição, diabetes gestacional) e a sua intensidade.

· Elaboração das mensagens

Alimentação saudável na gestação

Aumentar consumo de frutas, verduras

Diminuir consumo de alimentos industrializados, ricos em sal, açúcar.

· Seleção de plano de multimídia(divulgação)

Meios: curso de multiplicadores (para entidades como clube de mães, grupos de terceira idade), um curso específico para profissionais de saúde ( padronizar e aprimorar orientações para gestantes), manual de conduta médica, manual de conduta para agentes de saúde. Trabalho direto nas 5 unidades mais “críticas”, orientações diretas para as gestantes. Para possibilitar e viabilizar isso haverá um ou mais dias específicos na semana de consulta pré-natal, nos quais serão proporcionadas orientações, motivando criação de grupos, através dos profissionais de enfermagem. Haverá atividades em espaços públicos, parques, praças onde a comunidade será convidada a contribuir (trabalhos de escolas, apresentações de danças), havendo uma tenda com profissionais de saúde, que realizarão rodízio, verificarão então pressão, glicose, oferecerão material informativo, exibição de vídeos, profissionais do esporte orientando caminhada

Materiais: cartazes em locais públicos(escolas, mercados—ênfase na venda de verduras—paradas de ônibus,), nos portos de saúde, cartilha de orientação para profissionais da saúde, cartilhas para agentes de saúde, campanha de rádio, com propagandas, chamadas para atividades ao ar livre, formulação de vídeo(para passar na tenda, nas salas de espera).

Fase três: Organização

· Produção de materiais de apoio

· Treinamento de agentes de desenvolvimento

· Execução da intervenção

Fase quatro: Evolução

· Cumprimento dos objetivos

· Satisfação dos participantes

Seminário de Memórias Camponesas

Seminário de Memórias Camponesas
Isso aí, (eu não deveria começar com algo tão informal já que pretendo colocar isso no meu relatório de pesquisa ano que vem, mas vai, bah, apesar de eu saber quando entra alguém, e esses alguém não tem entrando tenhho gostado da idéia do blog, gosto de escrever e se gosto do blog tb devo ser um pouco exibicionista...mas tá faltando umas figurinhas pra animar, mas dou um jeito nisso)!
Isso aí, eu, estudando para ser nutricionistas fui num Seminário de Memórias Camponesas. Entranho?
Você não acha?
Uhm, talvez eu deva te contar o que foi esse seminário. Bom, do que eu leiga no assunto entendi foi que essa é uma ação nacional de resgate desse patrimônio nacional não-palpável que é a histórias das lutas camponesas, dos camponeses sem terra, dos camponeses com terra.
Agora você acha estranho eu estar lá?
Um pouco? Muito?
Vou te contar um pouco mais do que foi esse evento afinal.
Eu participei como comissão de apoio, então ajudei a gravar o material falado e se algum dos presentes trouxesse material nós tentaríamos copia-lo, registra-lo de alguma forma. E nessa ocasião compareceu em companheiro de Brizola, com um livro, uma coletênea de atas de reuniões de sindicatos de agricultores, de documentos oficiais, de livretos, todos até o ano de 1962. Esse material obviamente ficou escondido anos, no período de ditadura, e está muito conservado. Tiramos fotos com a câmera digital de todo o livro, eu e mais uma colega e com isso passamos a manhã.
A tarde foi a fala dos representantes de sinsicalistas e dos que participaram de movimentos ligados a igreja. Agora, não sei citar os nomes todos e nem saberia comentar cada fala individual. O que eu gostaria de deixar é um comentário sobre o quão maravilhoso foi conhecer um pouco dessa história de lutas, que muitas vezes no senso comum são ignoradas ou mesmo marginalizadas.
Agora, você acha que isso não tem a ver com nutrição?
Fala sério! Open your mind!
Agricultura/pecuária- produção de alimentos- alimentação - Nutrição
Estamos numa das pontas, o movimento camponês na outra, mas ainda buscamos o mesmo objetivo que é saúde, que engloba qualidade de vida, bem estar.

Dia 15 de setembro de 2007- Organizando a espiral de Ervas – Pátio da Unidade 8 de Saúde do Centro de Saúde Escola Murialdo

Dia 15 de setembro de 2007- Organizando a espiral de Ervas – Pátio da Unidade 8 de Saúde do Centro de Saúde Escola Murialdo


Este encontro ocorreu num sábado, como combinado as 9:30 da manhã. Estavam lá Pedro e Diego. E além deles Priscila, a qual ainda não conhecíamos. Como falei, Ana não estaria presente neste encontro.

E dessa forma começamos retomando algumas coisas da reunião passada. Sobre a questão do projeto para pedir financiamento para as tabelas de basquete: a Gabi, responsável pela pesquisa das empresas. Do restante, ficou combinado que no próximo encontro nos reuniríamos para escrever o projeto. Retomamos o assunto do nome, que se possível no próximo encontro poderia ser feita uma atividade para escolher o nome. A conclusão foi que para essas duas atividades seria importante conversar para que mais pessoas do grupo viessem.

Outro ponto foi sobre as oficinas. Conversamos, surgiu o interesse marcante sobre a oficina de fotografia, inglês e oficina com as mulheres do clube de reciclagem.

Então passamos a organização da espiral de ervas. Pedro esqueceu da serragem, mas foi até a madeireira e pegou uma sacola. Enquanto os dois meninos foram buscar o material fomos arrancando ervas daninhas. Organizamos alguns tijolos de modo que pelo menos protegessem as plantas contra pisoteamentos. Colocamos, quando eles chegaram, a serragem. A Manuela explicou algumas coisas sobre a importância de cobrir o solo, sempre os questionando para que se dessem conta da lógica daquela ação, antes da explicação. Das placas, por falta do material que deveríamos receber e um pouco de desorganização da nossa parte, fizemos apenas a que pedia colaboração dos freqüentadores do posto para a manutenção da espiral. Como a atividade de fazer o cartaz era individual e não tinha atividade para os demais, os meninos estavam bem inquietos. Fomos conversando, contando um pouco sobre nossas histórias de vida.

Para finalizar, fizemos uma dinâmica de despedida, uma brincadeira que consistia em caminhar entre os colegas, primeiro olhando nos olhos, depois cumprimentando com a cabeça, depois apertando a mão, depois se abraçando, depois fazendo cumprimentos diferentes, bater a cabeça (“de leve!”), encostar os ombros, e por fim, como era uma “cumprimentação” de despedida, abanamos com a mão, dando tchau.

Mais do que descrever esse encontro gostaria de comentar, das nossas dificuldades e impressões.

Bom, quanto ao grupo, estou preocupada com as faltas em massa. Não sei bem como fazer para reunir as pessoas e estimular a participarem. Perguntamos se os que ali estavam viram os que não vieram. O outro Pedro disse que viria, mas acabou acompanhando a mãe numa visita ao centro de Porto Alegre. A Gabi falou que viria, mas não veio. Algo que ainda não conversei seriamente com Manuela e Ana, mas acredito seja importante que tomemos medidas para mudar essa situação.

Outro ponto, PLANEJAMENTO. E destaco, com ênfase a palavra aqui, pois foi consenso da dupla de trabalho que precisamos planejar passo-a-passo. Principalmente agora que já nos ambientamos com o grupo, ao menos um pouco. Isso vai evitar que aconteça como aconteceu de realizarmos a atividade pela metade, esquecer da tesoura e que pessoas ficassem inquietas por falta de atividade.

Terceiro, e final, achei que o resultado da dinâmica foi positiva, eles riram um pouco, se descontraíram, e espero que isso conte pontos de confiança e empatia a nosso favor.

07 de setembro de 2007- Primeiro encontro com o grupo – Clube de Reciclagem Morro da Cruz

07 de setembro de 2007- Primeiro encontro com o grupo – Clube de Reciclagem Morro da Cruz


As 9 horas desse feriado nacional estávamos eu, Manoela e Ana na sede do Clube de Reciclagem Morro da Cruz para esperar o grupo. Aos pouco e com alguns atrasos eles foram chegando. Ao todo vieram 5 jovens: Gabriela, os dois Diegos, Pedro e Larissa.

Primeiro houve um espaço de retomada do que eles haviam discutido na semana anterior, numa reunião que inicio os encontros do grupo que tinham cessado. Basicamente nesta reunião foi conversado a respeito do grupo, se havia interesse de continuar, porque que haviam parado e a idéia de desenvolver oficinas nesta continuidade.

Após uma breve apresentação, nossa para o grupo e deles próprios sobre o trabalho que vinham realizando.

Neste encontro foi a hora de falar sobre ações, sobre os passos que deveriam ser tomados a partir dos seguintes tópicos:

- equipar uma quadra com cestas de basquete. Isso atenta para atividades que desenvolveram anteriormente aliadas a prática do basquete. Durante o curso (curso desenvolvido pela Ana) eles trabalharam aspectos de convivência em grupo, trabalho em equipe usando como ferramenta o jogo. Agora a idéia é revitalizar uma quadra, com apoio financeiro de empresas e promover jogos e treinos com outras crianças e jovens.

- pensar em nomes para o grupo. O grupo ainda não tem nome, a idéia é ir pensando, e mais adiante fazer uma dinâmica para decidir. A importância do nome foi associada a constituição de uma identidade, de um fortalecimento do grupo e para divulgação das atividades.

- mutirão de plantação de mudas de espécies nativas. A idéia é que o grupo participe deste mutirão, que será promovido pelos participantes do grupo Amigos do Verde, de uma da escola Morro da Cruz. Isso incluirá registros fotográficos que irão para as fotos que o grupo já tem para expor.

- apresentação. Estava nos planos e ainda não foram concretizadas as apresentações dos resultados do curso para as escolas dos participantes.

- arrumar a espiral de ervas que foi construída pelo grupo. Este ponto foi acertado para que nos encontremos na semana que vem, no sábado para tirar ervas daninhas, colocar cobertura morta e colocar placas de identificação. Neste próximo encontro seremos então eu, Manuela e o grupo, a Ana estará viajando.

- Todos concordaram com a idéia de trabalhar com oficinas, e não mais na idéia de curso como era antes. As idéias de oficinas foram de línguas (inglês), basquete, filme (assistir a filmes e talvez uma oficina de cinema), panificação, alimentação saudável e dança. Neste aspecto as possibilidades de oficinas não estão esgotadas e eu e Manuela vamos nos concentrar em viabilizar as oficinas de panificação e sobre alimentação saudável.

Num quarto momento houve a elaboração do plano de ação para conseguir o material para a quadra de basquete. Passo um: fazer o levantamento de empresas que poderiam patrocinar o material esportivo (tabela, bolas e cesta), que ficou a critério da Gabriela (Gabi). Dois: elaborar um projeto, que deve ser conjunto, portanto será feito num outro momento. Três: alguns pontos que podem ser abordados no projeto. E aí surgiram várias coisas interessantes. Por exemplo, por que fazer um projeto? Para ensinar crianças e adolescentes coisas através do basquete, fortalecer o grupo internamente, valorizar o basquete, que é pouco praticado, e então aumentar a variedade de atividades que os jovens possam fazer no morro, para sair da frente da televisão e videogame, aí então juntos se articular.

E isso veio deles. E foi muito legal. Legal porque eles acreditam na possibilidade de melhorar sua própria realidade, acreditam no seu poder de mudança. E isso é um valor muito raro e precioso nestes dias. A Gabi, eleita oficial porta voz do grupo falou da intenção de quando houver um grupo fortificado entre eles, eles fazerem em outras escolas um curso semelhante ao que participaram. Essa é a dádiva dentro da perspectivas do nosso mundo, o compartilhar saberes.

Reunião- Agenda de Pesquisa DO CONSUMO À PRODUÇÃO:qualidade e confiança nos “produtos da terra”

Sobre essa reunião eu não posso ficar falando tudo, não que existam segredos de Estado, nada que envolva armas químicas, e considerando que a pesquisa tem caráter de produzir conhecimento para a comunidade, e não para esconder dentro da academia(não que esse blog seja muito acessado, na verdade eu até queria que a galera lesse, mas não tenho essa pretensão). Então, voalá!
  • Apresentações
  • Intuito da reunião: desejo de formar um grupo de pesquisa
  • Linhas incluídas: visões do rural nos produtos, qualidade do alimendo na perspectiva sociotécnica(não apenas técnica)
  • Definição de datas para alterações na proposta inicial
  • Establecimento de grupo de estudo sobre essas temáticas

Avaliação pessoal: encontro riquíssimo, apesar de eu não conseguir contribuir e algumas vezes entender as propostas e as colocações dos participantes. Com certeza tenho muito a aprender, tanto pelas discussões relativas a antropologia da alimentação com sobre a própria construção do projeto de pesquisa.

Dia 31 de agosto de 2007- Encontro com Ana- Bairro Bom Fim

Dia 31 de agosto de 2007- Encontro com Ana- Bairro Bom Fim


Este encontro teve o intuito de conhecermos o trabalho que Ana desenvolveu junto aos jovens, o qual com seu apoio queremos dar continuidade.

Sinteticamente ela desenvolveu um trabalho em que procurou estimular a visão crítica dos jovens sobre seu próprio ambiente, mais do que abordar conteúdo referentes a poluição. Os conteúdos que abordou estavam direcionados a esse intuito da percepção da própria realidade, com um desenvolvimento participativo por parte dos jovens.

A idéia com a qual eu, Manoela e Ana concordamos é que neste processo, nós temos que mais que educar no sentido comum da palavra, onde a idéia é passar informação, temos que servir de rede de apoio para que estes jovens construam seu conhecimento para transformar a sua realidade de acordo com as suas necessidades.

Surgiram várias formas concretas de articularmos essa nossa ação, de explorarmos o esporte (basquete), de desenvolvermos alguma atividade que gere renda para esses jovens, mas basicamente de participar de suas reuniões, auxilia-los no próprio processo de aprendizado (colaborando com informações, estimulando a reflexão e outros).

Nosso próximo passo será nos reunirmos com eles para conhecer o grupo e a partir balizar nossas ações futuras.

13º Fórum Nacional de Nutrição

O evento foi como um todo muito bom, os cursos bem completos e os trabalhos trazidos muito interessantes.

O trabalho sobre síndrome metabólica trouxe uma abordagem nova para mim sobre o tema, abordando uma tratamento diferenciado para o paciente obeso e o paciente obesos com diagnóstico de síndrome metabólica.

Dos cursos que ocorreram na sexta, dia 31 de agosto, o que foi mais fraco, do ponto de vista de relevância e rigorosidade científica foi o sobre Nutrição no Esporte a Alimentos Funcionais. Na minha opinião , uma abordagem muito "marqueteira" dos alimentos funcionais, expondo dados não científicos. É essencial na prática clínica conhecer os produtos que a população tem acesso e com que apelo são divulgados, entretandohouve uma lacuna no momento que deveria se seguir, que era o momento de reflexão sobre o discurso científico e o discurso da indústria.

Aliás, o pensamento crítico foi a grande lacuna do evento, assim como é em geral com os eventos em Nutrição. Em geral, os temas apresentados são muito bons, como foram no Fórum, mas o público apenas assimila aquelas informações sem questionar, sem mesmo se aprofundar sobre os dados apresentados, sobre a metodoligia dos estudos. Isso reflete uma lacuna na nossa formação e consequentemente no perfil da classe, o que cria diversos obtáculos para uma qualidade excelente na atuação do profissional. Justamente, o espaço dos eventos, principalmente do Fórum, que ao seu final formulou uma carta deliberativa que será enviada a entidades,é o espaço em que discussões deveriam ser incentivadas, seja deixando mais tempo para perguntas, fazendo mesas redondas, e outras formas que podem ser criadas participativamente.

A explanação sobre próbióticos troxe uns trabalhos importantes, falando já sobre um número bom de unidades formadoras de colônia para a efetividade dos próbioticos. E partindo desta informção podemos refletir sobre a qualidade dos produtos existentes no mercado, sobre sua efetividade.
As falas de nutrição no esporte eu não acompanhei, pois era com a mesma palestrante do curso e sendo a palestra com o mesmo título ela traria a mesma apresentação só que mais resumida.
Os trabalhos de saúde pública foram muito relevantes. O trabalhos que tratou da temática dos idosos foi rica pois esta população apesar de estar crescendo, ainda é marginalizada em relação a outro temas. O trabalho sobre anemia foi interessatíssimo, pois fala da avaliação da suplementação de farinhas no Brasil. Os dados foram um pouco desanimadores, mas é importante que tenhamos conhecimento que este projeto está dando a contrapartida da avaliação da efetividade e a partir disso podemos pensar em ações para melhora-lo.
Em relação aos trabalhos sobre saúde pública eu questiono que estes trabalhos porque, apesar de terem relevância populacional, em nenhum momento se falou sobre SUS. É claro que a Saúde Pública não existe apensa dentro do SUS, mas há uma ligação muito forte, a maioria das ações em saúde pública são desenvolvidas dentro do SUS ou usando seus princípios, então, neste aspecto, houve uma falha no evento.
ABAIXO O LINK, ONDE CONSTA A PROGRAMAÇÃO:

Iniciando uma conversa sob re relatório de Pesquisa

Este é meu esforço para ir fazendo aos poucos meu relatório de pesquisa, conforme a orientação da professora Orientadora Renata Menasche. Vou ir postando neste ítem os eventos que for participando e as minhas atividades.
Hoje, dia 04 de setembro teve uma reunião muito importante, sobre a qual pretendo escrever mais extensamente.
Acho que para apresentação pública falta um pouco sobre o que é o projeto, até porque pretendo postar coisas que na realidade não tem a ver diretamente com o tema, como foi o Fórum de Nutrição, mas... Deixo as apresentações para um momento breve.
Ateh

Resenha II Mostra de Pesquisa de Nutricionistas na UFRGS

Resenha II Mostra de Pesquisa de Nutricionistas na UFRGS

29 de agosto de 2007- Auditório da Escola de Enfermagem

A II Mostra de Nutricionistas na UFRGS ocorreu no dia 29 de agosto de 2007, no Auditório da Escola de Enfermagem e foi aberta pela professora Ana Beatriz Oliveira do curso de graduação em Nutrição e pelo diretor da Faculdade de Medicina, Mauro Czepelevsk. No discurso de ambos estavam expressos sentimentos de felicidade pela realização do evento e pelos trabalhos em pesquisa desenvolvidos pelas nutricionistas; e também a expectativa que o evento incentive os acadêmicos presentes a desenvolver pesquisa.

O primeiro trabalho apresentado foi de uma ex-aluna, formanda da primeira turma de Nutrição, Aline Guiouleas. Ela apresentou sua dissertação de mestrado, realizado no programa de pós graduação em Epidemiologia, sobre altura e aspectos socioeconômicos de conscritos,ou seja, jovens alistados nos anos de 2000 a 2004 no serviço militar obrigatório do Rio Grande do Sul. Estabeleceu relações a altura e o IDH das cidades e, entre os anos de alistamento, observando uma relação positiva, indicando aumento na altura dos jovens no geral. Houve uma exceção gritante em relação aos jovens de região sudeste do estado, onde ocorreu diminuição da estatura e estaturas mais baixas em relação a outras regiões do Estado. Outro ponto interessante foi a queda na altura dos jovens que nasceram nas épocas de menor insolação, ou seja nos meses de inverno. Pensando sobre a tabela do NCHS, usada como referência para avaliação nutricional e usando a escala prospectiva de centímetros que a população ganha em altura por ano, Aline ressaltou que levaremos 50 anos para que coincidam as médias de altura referidas na tabela e da população do Rio Grande do Sul. Sua perspectiva de continuidade no trabalho é estender a todo o país, com o foco também no peso destes jovens.

Mariana Ramos, que concluiu seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, apresentou o trabalho “ Comida da Roça: Saberes e Práticas Alimentares em Agricultores de Maquine”. Este versava sobre as práticas alimentares atuais e as mudanças na alimentação desta população, que mesmo mantendo uma característica bem rural, dada sua posição geográfica, com afastamento de centros urbanos, tem adotado hábitos caracteristicamente urbanos. Podemos destacar que muitos cultivos foram abandonados, principalmente trigo e arroz, pelo seu baixo preço de venda, mas também baixo preço para compra. Isso se relaciona intimamente com outros fenômenos que levam a diminuição da produção de alimentos para o auto-consumo. Mesmo assim, a comida que vem da cidade é considerada fraca e a para auto-consumo se mantém valorada como comida pura, saudável. Aumento de alimentos industrializados e a incorporação do discurso médico também estão presentes. Para pensarmos ficam as questões econômicas (manutenção dessas famílias no campo, segurança alimentar), políticas (autonomia dos produtores), nutricionais (consumo de alimentos industrializados, diminuição de alimentos integrais) e simbólicos ( do alimento, da sua condição como agricultor).

O terceiro trabalho foi apresentado pela professora Josi Mello, sobre análise microbiológica de queijos, onde foi encontrada Listeria Monocitogenes, além da análise de alguns genes da cepa presente nestes queijos. A discussão levantada é muito relevante quando pensamos que não se conhece muito sobre este microorganismo (sua virulência, a incidência dos casos), mas que o que se sabe é que a listeriose por ser fatal em mais de 30% dos casos, causando abortos e meningite. Entretanto, não é protocolo a investigação de Listeriose e os casos ficam mascarados, não se conhecendo sua real importância na saúde pública.

O quarto trabalho, apresentado pela professora Sandra Barbiero, foi sobre sobrepeso e obesidade em escolares de Porto Alegre. O trabalho foi desenvolvido junto ao núcleo de prevenção de doenças cardiovasculares do Hospital de Cardiologia. A justificativa se encontra baseada em trabalhos que relatam lesão arterosclerótica em jovens. Foi realizada avaliação nutricional e recordatório da dieta. Guloseimas tiveram consumo freqüente, houve correlação entre sobrepeso/obesidade dos filhos com sobrepeso/obesidade dos mais, mais acentuadamente da mãe, o índice de sobrepeso obesidade foi maior em filhos únicos e em nascidos prematuos. A conclusão foi de que há necessidade de trabalhar educação nutricional com os escolares para reverter esse quadro alarmante de desnutrição (lembrando que desnutrição diz respeito a estado nutricional inadequado, tanto a subnutrição, quanto sobrepeso/obesidade).

À tarde a primeira apresentação foi da nutricionista Nêmora Cabislani, sobre adolescentes vegetarianos. Não participei da apresentação porque já conhecia o trabalho de outro momento, e, aliás, gostei muito, pois e temática do vegetarianismo é bem controversa no meio acadêmico, e tendo em vista que são muitos os adeptos desta prática, o tema tem que ser mais estudado.

O trabalho seguinte, sobre a desnutrição e Fibrose Cística, alertou-nos sobre que os pacientes com esta doença merecem um cuidado especial na avaliação nutricional. Os parâmetros de desnutrição e risco de desnutrição devem ser mais rigorosos para diminuir o risco de piora do estado nutricional, pois há um agravamento significativo dos sintomas respiratório deste pacientes. Segundo o estudo a relação entre estado nutricional e capacidade ventilatória foi positiva.

Vivian Luft apresentou o trabalho seguinte: “Nutrição Enteral como Fator de Risco para Diarréia em Adultos Hospitalizados”. Foi confirmado que pacientes que fizeram uso de nutrição Enteral tiveram 2,7 vezes mais diarréia que os demais, mas quando os dados foram ajustados para fatores de confusão. Entretanto, observando os protocolos de higienização e troca de equipos, quando o procediemento correto era realizado a incidência de diarréia era muito semelhante a de pacientes que não utilizaram sonda, reforçando a importância de orientar que esses protocolos sejam realizados corretamente.

O trabalho de doutorado da professora Teresa foi sobre “Anemis Ferropriva na Infância: Prevalência e Fatores Associados na Amazônia Ocidental Brasileira”. A pesquisa foi realizada no Acre, com todas as crianças de dois municípios. A proposta era avaliar anemia por mais critérios que apenas a hemoglobina, que não permite avaliar a reserva de ferro. Dessa, foram avaliadas a hemoglobina, a ferritina plasmática e o receptor de transferrina, para evitar o mascaramento dos dados de transferrina em função de infecções. Os dados socioeconômicos encontrados foi que a anemia, ale de ser muito prevalente, estava relacionada a escolaridade dos pais, ao índice de riqueza, a idade(mais prevalente em crianças de dois anos), a ocorrência de diarréia nos últimos 15 dias e ao número de pessoas por dormitório na casa. A conclusão foi de que, por ser uma doença social, há necessidade de ações preventivas, no caso em crianças menores de 2 anos, que não se justifica focar as ações de saúdo na população mais pobre e que são indicados a fortificação de alimentos e suplementação medicamentosa nos grupos de risco. Mas eu ainda vejo o tema como muito controverso.

Por fim, a professora Magda apresentou seu trabalho sobre Licopeno, eu realmente gostei muito deste trabalho, por ver que em algum caso podemos dizer com segurança que o alimento é mais eficaz que o suplemento numa ação clínica específica. No trabalho dela os homens com aumento benigno da próstata consumiram sistematicamente molho de tomate e reduziram os marcadores de risco para câncer.

Os trabalhos apresentados trouxeram diversos saberes das várias áreas da Nutrição. E de acordo com afinidades, cada participante se interessou mais por alguma fala específica, mas acredito que algumas coisas foram marcantes para todos. Algo que me marcou muito foi a manifestação da professora teresa ressaltando que lemos pouco, que precisamos ler. Acredito que não apenas ler mais no sentido direto, mas que precisamos sim estudar mais, aprofundar nossos conhecimento e não nos contentarmos com o mínimo necessário para obtermos nossa formação profissional.Também apareceu a necessidade de diálogo permanente entre as áreas da Nutrição, não apenas pesquisar, mas divulgar esse conhecimento adquirido e buscando encontrar e mostrar a aplicabilidade dele em todos os campos de atuação. Nesse sentido a Mostra de Pesquisa foi muito feliz nesta troca de saberes, ao mesmo tempo que despertou a consciência dessa necessidade. Quanto a mensagem fundamental do encontro, esta ficou clara desde o objetivo do evento: PESQUISAR, que o nutricionista deve buscar formação continuada e promover saúde através da produção de conhecimento, para conseguirmos realizar Nutrição baseada em evidências, e evidências de qualidade, desenvolvendo ferramentas para garantir o direita a saúde da nossa população.

Resenha Conversando Sobre Integralidade no SUS - Gastão Wagner

Resenha Palestra: A Gestão e o Trabalho em Saúde

Com Gastão Wagner -28 de agosto de 2007- Prédio 15 da PUCRS

A palestra, intitulado, "Conversando sobre Integralidade no SUS: o desafio da formação na perspectiva da inter/transdisciplinariedade", foi promovida pela Escola de Saúde Pública, através da Coordenação de Ensino e da Coordenação da RIS, trazendo como interlocutor o professor Dr. Gastão Wagner de Souza Campos. A atividade estava voltada na realidade para residentes de diversas intituições (Grupo Hospitalar Conceição, Escola de Saúde Pública, PUCRS) e alunos do Curso de Saúde Pública (ESP), mas graças ao convite das professoras pudemos participar.

E foi muito rico, à medida que, mesmo ignorando muitos dos assuntos que foram abordados, das discussões, dos problemas que foram discutidos, por justamente não estarmos dentro da realidade daqueles residentes, ou como o próprio Gastão comentou: “residentas”, afinal o público era predominantemente de mulheres; mesmo assim ganhamos quando abrimos nossas perspectivas em relação ao SUS.

Acredito que a explanação inicial sobre as origens do SUS e um breve panorama atual foi importante para me situar. Apesar de ter estudado um pouco sobre o SUS e lido outro pouco, muito foi acrescentado pela fala do professor. Foi uma perspectiva nova para mim, pensar que a nossa reforma sanitária começou tardiamente no Brasil, começando a ser implementada no auge do neoliberalismo e por isso sofrendo as várias conseqüências dos embates entre a proposta mais social do SUS e da realidade dos anos 90. Isso nos tranqüiliza quanto a cobrança por melhores resultados por parte do sistema de saúde, visto que seu crescimento foi desacelerado por forças antagonistas de mercado.

Me tocou muito a fala do Gastão, pelo seu otimismo, por colocar propostas para agir dentro do SUS, visando viabilizar os princípios de eqüidade, integralidade e universalidade. Novos conceitos agregados, como a intersetorialidade, que pode ser pensada em termos de melhorar o diálogo entre os setores, de modo que cada um traga a sua colaboração e não que hajam disputas de poder. Outro termo foi o de clínica ampliada, um conceito de Hegel que pretende que se unam os saberes da clínica biologicista, subjetivista e social. Há também a clínica compartilhada, em que a proposta é envolver o usuário no seu processo de cura, construindo conjuntamente o diagnóstico e a terapêutica do paciente.

Achei muito interessantes as experiências de metodologia relatada no ensino da graduação. Realmente, seria muito válido que aprendêssemos a identificar problemas e suas soluções em nível de saúde coletiva estando ligados a uma unidade de saúde, num processo crescente. Acho que esse tipo de experiência poderia vincular muito mais profissionais a proposta do SUS à medida que cria, através do vínculo com a comunidade a noção de responsabilidade social, porque aí há espaço para que se crie um significado trabalhar com atenção básica em saúde, mais do que um apenas saber sobre.

Um último ponto marcante desta experiência, que acredito ser para todos nós nutricionistas ao se pensar como profissionais de saúde, foi o conceito de INCLINAR-SE. Não podemos nos horizontalizar com o paciente, com sua família e nos tornarmos pura e simplesmente igual, pois na condição de paciente não temos as ferramentas que dispomos como nutricionistas. Também se verticalizar diante dele, tomando uma postura estritamente técnica não atende as necessidades. È necessário manter-se equilibrando ao inclinar-se, para assim garantir saúde, que é o nosso objetivo maior.

Dia 23 de agosto de 2007- Encontro com Rita Cuervo - Unidade 5 do Murialdo

Dia 23 de agosto de 2007- Encontro com Rita Cuervo - Unidade 5 do Murialdo


Nesta data, eu e minha dupla, Manoela Oliveira, além de outra dupla que também pretende realizar atividades da Unidade 5 do Murialdo, Bibiana e Denise no encontramos com Rita Cuervo, nutricionista da Unidade.

O encontro foi marcado pela colega Manoela por telefone.

Além de ela apresentar sucintamente um pouco de sua própria trajetória como profissional, apresentar o espaço da unidade e a equipe que estava presente, contou-nos a respeito dos trabalhos em educação e sobre os grupos que vem sendo desenvolvidos, ou foram desenvolvidos anteriormente.

Destacou para a outra dupla o projeto do Grupo de Convivência, para pessoas da terceira idade, coordenado pela assistente social da unidade, e o grupo de mulheres que trabalham com reciclagem, cuja líder é Evinha, e que estes seriam espaços interessantes para inserção de práticas em educação nutricional.

Para nós, mais especificamente, ela trouxe experiências associadas com do desenvolvimento de práticas sobre educação ambiental, devido a afinidades da dupla explicitadas pelas professoras da disciplina, as quais articularam os interesses em comum. Relatou-nos uma experiência de acadêmicas da biologia com um curso que abordava a temática ambiental com alunos com perfil de liderança, indicados por duas escolas, para desenvolver multiplicadores na comunidade. Outra iniciativa foi a formação, em uma escola, de um grupo chamado Amigos do Verde, que realiza trilhas no morro, conhecendo as características da região (formação geológica, espécies nativas e outros). Uma terceira opção seria desenvolver um projeto conjunto com outras acadêmicas de biologia que estaria desenvolvendo um trabalho com ervas medicinais, ligado a disciplina de Etnobotânica. Em todos os projetos daríamos continuidade ao trabalho ou trabalharíamos associadas.

Trocamos contatos, e pegamos o contato de Ana, que desenvolveu o trabalho das lideranças com os jovens para conversarmos a respeito do que foi desenvolvido. Nosso próxima etapa será conversar com o contato para pensarmos a proposta de continuidade do projeto na qual nos incluiremos.

Sobre a Construção do Portifólio

Com base no texto postado no portal de ensino à distância Rooda dentro do espaço “aulas” da disciplina de Educação Nutricional desenvolvi uma série de reflexões.

Primeira, sobre o próprio fazer do portifólio. O texto contém dicas de como montar o portifólio, que conteúdos inserir, mostrando que espaço temos dentro deste documento para colocarmos nossas percepções, o referencial teórico usado. Acredito que nesse espaço não seja necessário reproduzir todas as orientações, pois da forma como eu entendi devemos colocar nossas impressões, resumos de leituras, enfim, tudo que tenha colaborado para o nosso aprendizado sobre educação alimentar dentro dos objetivos da disciplina.

Segundo, refleti um pouco sobre a própria forma de avaliação através de um portifólio. Sabemos que é necessário que haja alguma avaliação concreta dos conhecimentos desenvolvidos, mas há algum tempo tenho me questionado o quanto uma prova avalia nosso desempenho em uma disciplina. Realmente eu não acredito que prova seja um bom método avaliativo, não quando pensamos em disciplinas mais específicas do curso. Não somos das ciências exatas, em que somamos números e chegamos a resultados, nossos resultados dependem de outras habilidades. Por isso gostei muito da proposta de avaliação através do portifólio, porque para desenvolver as habilidades de que falei passamos por um processo durante a disciplina, e principalmente há um processo de construção de uma proposta de intervenção em educação nutricional. Uma prova é um recorte, o portifólio ao contrário, se escrito ao longo da disciplina (e não no final), pode representar toda essa construção.

E uma última reflexão, sobre a possibilidade de fazer um portifólio em formato digital. Gostei da proposta ser mais aberta, o que permite, com o consentimento das professoras que possamos pensar nas formas de apresentar esse portifólio e pensando que o meio digital hoje é uma forma de mostrar as nossas idéias, que pode ser visto inclusive como mais ecológico que a impressão em papel, que nós estamos utilizando uma ferramenta de ensino a distância para a disciplina, que inclusive pode ser utilizado como ferramenta de educação alimentar, estou propondo que meu portifólio seja um blog, ou melhor um blogfólio.

Autobiografia

Eu me chamo Pauline, como consta na folha de identificação do portifólio.

Minha trajetória pessoal e acadêmica não é muito longa, afinal são 19 anos de vida e nem três de universidade.

Nasci em Canoas, RS, e morei lá até os 14 anos quando vim para Porto Alegre. Aqui realizei meu ensino médio e logo após a formatura ingressei, para minha própria surpresa na Universidade, no Curso de Graduação em Nutrição. Digo que foi surpresa, pois não acreditava que estivesse preparada para competir com tantas candidatas.

Mas obtive com sucesso aprovação e entrei em 2005 no curso. E me senti muito realizada com esse ingresso, pois Nutrição, apesar de eu nunca saber exatamente as perguntas do primeiro semestre: “Por que você escolheu Nutrição?”, era exatamente o que eu queria, e eu fui adquirindo essa certeza conforme fui avançando no curso.

Logo no primeiro semestre, houveram três acontecimentos significativos para mim: o ingresso como bolsista SAE na COMGRAD Nutri, a participação no Projeto de Extensão Nutrição no Parque e no V ERENUT Sul (Encontro Regional de Estudantes de Nutrição de Região Sul).

Ser bolsista da COMGRAD Nutri foi um grande aprendizado sobre as estruturas da Universidade que eu ignorava completamente, além dos vínculos estabelecidos.

O Nutrição no Parque foi a primeira ação de que eu participei no curso. Por isso, vejo como é importante incentivar extensão, acho que esse pode ser o ponto de partida para que enquanto acadêmicos possamos começar a devolver a sociedade o que recebemos enquanto estudamos numa universidade pública. Isso se chama compromisso social. Mais do que isso é uma atividade de aprendizado, de desenvolvimento de crítica, um espaço que nesse sentido pode ser ainda mais explorado. E eu aprendi muito, talvez não tanto em conteúdo de Educação Nutricional, mas me despertou um olhar de curiosidade para o tema. No ano seguinte eu viria a ser bolsista por este mesmo projeto, que me rendeu igualmente muitos aprendizados. Como bolsista a perspectiva era diferente, havia a pretensão de formar um grupo de trabalho, que efetivamente acabou não se constituindo para dar andamento ao projeto para o ano seguinte, mas a foi rico e levarei na minha bagagem de experiências.

O ERENUT foi um evento, de três dias que me abriu horizontes para uma Nutrição em que eu me identifiquei. Foi a primeira vez que a Nutrição foi colocada dentro dos temas da saúde pública e da agroecologia e agricultura familiar. E são estes temas pelos quais eu sou mais apaixonada dentro da temática da alimentação. Apaixonada soa muito informal, pouco criterioso, mas realmente expressa o vínculo que eu tenho com esses assuntos, os quais eu vejo como indissociáveis do processo de criação de estratégias de promoção a segurança alimentar. No ano seguinte, 2006 eu participei do VI ERENUT Sul, que igualmente foi muito interessante.

No final de 2005 e início de 2006 realizei um estágio de 6 meses em UAN, na empresa RA Catering. Classifico essa experiência como uma das mais significativas em relação a aprendizagem sobre as relações de trabalho.

Ao final do estágio voltei a ser bolsista SAE, por três meses, quando me tornei bolsista de iniciação científica pelo projeto Multifuncionalidade da Agricultura a Mesa.

Durante esse período tenho participado de representações discentes junto ao CANPE, Centro Acadêmico de Nutrição Pedro Escudero.

A AUTOBIOGRAFIA ENCONTRA-SE INCOMPLETA, ATUALIZAREI E ORGANIZAREI IDEIAS CONFORME O TEMPO.